Estudar óleos essenciais de plantas brasileiras tem para mim um encanto diferente, o encanto de poder ver a planta crescendo em nosso quintal, de acompanhar suas fases de desenvolvimento, sua florada, a visita dos polinizadores, vê-la frutificando e quem sabe até gerando descendentes! Ou seja, é algo que vai muito além da relação direta com o óleo, é uma relação com a vida da planta! E hoje eu tenho a honra de ver crescendo na minha casa essa planta tão delicada e perfumosa que trago aqui para vocês!
Diante da responsabilidade de apresentá-la, peço licença poética para trazer minhas observações e a leitura que faço da sua assinatura botânica. Para mim ela é símbolo de simplicidade e delicadeza, ao mesmo tempo é uma mulher forte e vestida de branco para cuidar, bendizer e acalantar com seu perfume!
Durante nossos estudos ela se apresentou com uma planta-óleo que traz aconchego, como se sussurrasse “Vem, dê o primeiro passo que eu te abraço!” despertando assim confiança. Confiar nos nossos próprios sentimentos, nos nossos desejos, nos nossos caminhos!
Ela trouxe ainda a presença do feminino ora representado por Nossa Senhora ora por Iemanjá e Oxum, todas fortalecendo/resgatando essa energia.
Ao inalar seu óleo é como se por alguns instantes tudo ficasse suspenso e aos poucos os pensamentos fossem se organizando com clareza, trazendo purificação e ao mesmo tempo um poder de resolução com doçura.
Mas calma, que já apresento a vocês essa planta que tem diversos nomes populares, todos muito significativos e alusivos à sua singeleza e ação vibracional! Mimosa que é, em alguns lugares recebe o nome de Mimo-do-Brasil ou ainda Erva-santa, Erva-cheirosa, Erva cabocla, Erva-de-Nossa-Senhora, Alfazema-do-Brasil e, dentre vários, outros também é chamada de Erva da Graça, cujas graças estamos experimentando cada vez mais, acessando o seu campo sutil.
O nome botânico dessa lindeza por quem me encanto cada dia mais é Aloysia gratissima, uma planta arbustiva que gosta de Sol, de caule ereto, folhas lanceoladas, flores brancas muito pequeninas, perfumadas e delicadas, cujas pétalas unidas formam uma espécie de funil, com frutos e sementes quase microscópicos de tão pequenos!
O que chama bastante atenção no óleo essencial da Erva da Graças é variação de componentes majoritários em resposta às condições ambientais sob as quais a planta foi cultivada. Em uma das análises cromatográficas, o componente majoritário foi o 1,8-cineol, porém em outra análise encontramos algumas cetonas e ésteres como majoritários, corroborando com a importância de acessarmos as análises dos óleos que temos em mãos para que possamos utilizá-los com segurança e responsabilidade.
Por fim, falar de plantas brasileiras também presume falar de sabedoria popular, do uso dessas plantas e suas propriedades medicinais seja por chás, infusões ou garrafadas, conhecimento esse que precisa ser cada vez mais valorizado e resgatado! E por esse conhecimento, a Erva da Graça aparece como expectorante, carminativa, sedativa e digestiva, para citar apenas algumas das várias indicações. Ah, e no Sul é comum o uso de suas folhas misturadas à erva-mate para o chimarrão.
Espero ter apresentado a vocês a doce e bela Erva da Graça (Aloysia gratissima) à altura que ela merece! E se você sentiu vontade de acessar a mensagem dessa planta, convido a acalmar a mente e o coração, diluir uma gota do óleo essencial puro em uma base neutra ou em um roll-on, aplicar no coração, e em silêncio, sentir como essa mensagem reverbera em você! Desejo que seja uma linda experiência e, se quiser, pode compartilhar com a gente depois!
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Teremos uma aula linda desse óleo brasileiro no dia 12/05 – Reserve a sua vaga!
Texto por: Giane Carneiro professora, aromaterapeuta, benzedeira e amante do Reino Vegetal.